quinta-feira, 17 de março de 2011

Joaquim Gonçalves Ledo.

Ou somente... Gonçalves Lêdo.
Joaquim Gonçalves Lêdo .. Político e Jornalista
Nasceu em 11.08.1781 na Cidade do Rio de Janeiro (RJ)
e faleceu em 19.05.1847, na Fazendo Sumidouro,
Município de Macacu (RJ). Gonçalves Ledo foi um dos
responsáveis pela convocação da Assembléia Constituinte de 1822

Com apenas 14 anos Joaquim Gonçalves Ledo partiu para estudar em Coimbra, Portugal. Retornou ao Brasil em 1808, devido à morte de seu pai.
Liberal e dotado de forte patriotismo, Ledo havia sido iniciado na maçonaria.
Embora a independência fosse o desejo da maioria dos brasileiros, havia muitas divergências entre eles. O “partido brasileiro”, apoiado pela aristocracia rural do sudeste, queria a criação de uma monarquia dual, para preservar a autonomia administrativa e a liberdade de comércio. Os liberais radicais, comandados por Gonçalves Ledo, contavam com as camadas populares urbanas e buscavam não apenas a independência, mas também a democratização da sociedade brasileira. 

Em 9 de dezembro de 1821, as Cortes de Lisboa ordenavam o imediato retorno de dom Pedro a Portugal. A decisão do príncipe de permanecer no Brasil, no Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), foi produto de um amplo movimento, no qual se destacou José Bonifácio, nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros por dom Pedro.

Para resistir às ameaças de recolonização, foi decretada, em 16 de fevereiro de 1822, a convocação de um Conselho de Procuradores Gerais das Províncias do Brasil. Nele, Gonçalves Ledo propôs a convocação de uma Assembléia Constituinte eleita pelo povo. 

Em maio de 1822, dom Pedro determinou que qualquer decreto das Cortes de Lisboa só poderia ser executado no Brasil mediante o “Cumpra-se” assinado por ele. Enquanto isso, Gonçalves Ledo e outros pedem ao príncipe regente a convocação de uma Assembléia Constituinte. O príncipe acatou a sugestão e decretou a sua convocação em junho de 1822. 

José Bonifácio foi obrigado a aceitá-la, mas propôs a eleição indireta, que acabou prevalecendo contra a vontade dos liberais radicais, que defendiam a eleição direta dos constituintes. Em 7 de setembro de 1822, dom Pedro rompeu definitivamente com Portugal e em 1 ° de dezembro do mesmo ano tornou-se o primeiro imperador do Brasil. 

Em 1835, Ledo consta entre os Deputados da Assembléia Provincial do Rio de Janeiro, mas neste mesmo ano abandona a política e a Maçonaria, indo recolher-se em sua fazenda, a Sumidouro, no município de Macacu, vindo a falecer, com 66 anos de idade, aos 19 de maio de 1847, de ataque cardíaco.

Os liberais radicais queriam a independência e a democratização da sociedade, mas seus chefes, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira, permaneceram atrelados à aristocracia rural, sem revelar vocação revolucionária. 
Joaquim Gonçalves Ledo foi um dos maiores fatores da Independência, se não o maior. A peça de arquitetura que a seguir transcrevemos do Boletim do GOB (julho/agosto, de 1963), é dirigida ao hesitante Príncipe D. Pedro e entre seus arrojados conceitos lá está a antecipação da Doutrina de Monroe.

Discurso Proferido por Joaquim Gonçalves Ledo na Loja Maçônica “Comércio e Artes” no Rio de Janeiro (RJ), em 20/agosto/1822:

SENHOR!
A natureza, a razão e a humanidade, este feixe indissolúvel e sagrado, que nenhuma força humana pode quebrar, gravaram no coração do homem uma propensão irresistível para, por todos os meios e com todas as forças em todas as épocas e em todos os lugares, buscarem ou melhorarem o seu bem estar. Este principio tão santo como a sua origem, e de centuplicada força quando aplicado as nações, era de sobra para o Brasil,esta porção preciosa do globo habitado, não acedesse a inerte expectação de sua futura sorte, tal qual fosse decretada longe de seus lugares e no meio de uma potência (Portugal) que deveria reconhecer inimiga de sua glória, zelosa de sua grandeza, e que bastante deixava ver pelo seu manifesto às nações que queria firmar a sua ressurreição política sobre a morte do nascente Império Luso-Brasileiro, pois baseava as razões de sua decadência sobre a elevação gloriosa deste filho da América – o Brasil. Se a esta tão óbvia e justa consideração quisesse juntar a sua dolorosa experiência de trezentos e oito anos, em que o Brasil só existira para Portugal para pagar tributos, que motivos não encontraria na cadeia tenebrosa de seus males para chamar a atenção e vigilância de todos os seus filhos a usar da soberania que lhe compete, e dos mesmo direitos de que usara Portugal e por si mesmo tratar de sua existência e representação 
política, da sua prosperidade e da sua constituição? 
Sim, o Brasil podia dizer a Portugal:
“Desde que o sol abriu o seu túmulo e dele me fez saltar para apresentar-se ao ditoso Cabral a minha fertilidade, a minha riqueza, a minha prosperidade, tudo te sacrifiquei, tudo te dei, e tu que me deste?

Escravidão e só escravidão. Cavavam o seio das montanhas, penetravam o centro do meu solo para te mandarem o ouro, com que pagavas as nações estrangeiras a tua conservação e as obras com que decoras a tua majestosa capital; e tu quando a sôfrega ambição devorou os tesouros, que sob mão se achavam nos meus terrenos, quisestes impor-me o mais odioso dos tributos, a “capitação”. Mudavam o curso dos meus caudolosso rios para arrancarem de seus leitos os diamantes que brilham na coroa do monarca; despiam as minhas florestas para enriquecerem a tua grandeza, que todavia deixava cair das enfraquecidas mãos ... E tu que deste?  Opressão e vilipêndio!

Mandavas queimar os fila tórios e teares, onde minha nascente indústria beneficiava o algodão para vestir os meus filhos; negavas-me a luz das ciências para que não pudesse conhecer os meus direitos nem figurar entre os povos cultos; acanhavas a minha indústria para me conservares na mais triste dependência da tua; desejavas até diminuir as fontes da minha natural grandeza e não querias que eu conhecesse o Universo senão o pequeno terreno que tu ocupas. Eu acolhi no meu seio os teus filhos a que doirava a existência e tu me mandavas em paga tiranos indomáveis que me laceravam. Agora é tempo de reempossar-me de minha Liberdade; basta de oferecer-me em sacrifício as tuas interessadas vistas. Assaz te conheci, demasiando te servi... – os povos não são propriedade de ninguém.
Talvez o Congresso de Lisboa no devaneio de sua fúria ( e será uma nova inconseqüência) dê o nome rebelião ao passo heróico das províncias do Brasil a reassunção de sua soberania desprezada; mas se o fizer, deverá primeiro declarar rebelde a Razão, que prescreve aos homens não se deixarem esmagar pelos outros homens, deverá declarar rebelde a Natureza, que ensinou aos filhos a separarem-se dos seus pais, quando tocam a época 
de sua virilidade; é mister declarar rebelde a Justiça, que não autoriza usurpação, nem perfídias; é mister declarar rebelde o próprio Portugal, que encetou a macha de sua monarquia, separando-se de Castela; é mister declarar-se rebelde a si mesmo (esse Congresso), porque se a força irresistível das coisas prometia a futura desunião dos dois Reinos os seus procedimentos aceleraram esta época, sem dúvida fatal para outra parte da nação que se queira engrandecer.

O Brasil, elevado à categoria de Reino, reconhecido por todas as potencias e com todas as formalidades que fazem o direito público na Europa, tem inquestionavelmente jus a reempossar-se da porção de soberania que lhe compete, porque o estabelecimento da ordem constitucional é negócio privativo de cada povo. A independência, Senhor, no sentido dos mais abalizados políticos, é inata nas colônias, como a separação das famílias o é na Humanidade. A natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer à América, e Europa à Europa, porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre 
elas o espaço imenso que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande todo, é este...
O Brasil, no meio das nações independentes, e que falam com exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a uma nação remota e pequena, sem forças para defendê-lo e ainda para conquistá-lo.
As nações do Universo têm os olhos sobre nós, brasileiros, e sobre ti, Príncipe !

Cumpre aparecer entre elas como rebeldes ou como homens livres e dignos de o ser.  Tu já conheces os bens e os males que te esperam e à tua posteridade. Queres ou não queres? Resolve, Senhor! 

Colégio Gonçalves Lêdo

Este Gonçalves Lêdo aqui, é o nosso colégio!!!!
E a nossa proposta pedagógica é norteada pela correlação entre os conteúdos curriculares e as situações reais da vida dos alunos, estimulando-os a interpretá-las e questioná-las, formando, assim, cidadãos crí-ticos, éticos e responsáveis, além de trazermos para o nosso dia-dia a pedagogia afetiva, onde acreditamos que a relação de afetividade desenvolve grandes ações emotivas no indivíduo, as quais auxiliam nas escolhas a serem tomadas ao longo da vida. 
Os professores, como mediadores do processo, estimulam os alunos a terem consciência do que fazem, a saberem fazer escolhas, a rejeitarem a violência, a preservarem o meio ambiente e a perceberem que o esforço de cada um e de todos juntos faz a diferença para a construção de um mundo melhor, mais justo e solidário.
Acreditamos também que uma relação efetiva entre família e escola é essencial para uma educação baseada no exemplo, no diálogo e na construção de valores. 

Salve salve pessoal!!!
Agora estamos aqui no virtual, aguardem, participem comentando, dando ideias, e se alegrando com as novidades do Blog CGL. E acreditem, vem bastante coisa boa mesmo!!!!!

Um grande abraço!!!

Deus abençoe a todos! !!!

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